quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Fantasia para todo baile

Uma das magias adicionais do carnaval está no fato de o folião poder, de várias maneiras, vestir uma fantasia. Poder ser outra pessoa diferente daquela do cotidiano – pelo menos enquanto durar o baile. Apesar de Natal não ter a mesma cultura carnavalesca de outros pontos nacionais de badalação momesca, as festas estão chegando para quem não tem receio de levar brilho ao salão. As opções de visual são as mais variadas possíveis, principalmente para quem tem imaginação ou deseja se diferenciar um pouco entre as plumas, paetês e personagens de sempre. Aos que desejam vestir a fantasia da época, basta saber onde a banda mais próxima via começar a tocar.

fotos: aldair dantasClientela se diverte enquanto escolhe fantasia para baile. Festas particulares são a maior demanda das lojasClientela se diverte enquanto escolhe fantasia para baile. Festas particulares são a maior demanda das lojas
Ao sair para os bailes de 2011, é preciso antes ter consciência de que os carnavais são outros. Mais conforto é a ordem nos dias de hoje. Uma lição que o carnavalesco, aderecista e figurinista Di Carlos – no alto de seus 45 anos de carnaval – passa à frente. “O tempo das fantasias excessivas, cheias de brilhos e dezenas de adereços já passou. Hoje o pessoal quer o máximo de liberdade para se movimentar na rua ou no salão”, explica ele, que atualmente é vice-presidente da escola Acadêmicos do Morro, em Natal.

O que foi perdido em glamour, foi ganho em praticidade e facilidade para se fantasiar. “Com um pouquinho de criatividade, ninguém fica sem fantasia na festa”, garante Di Carlos. Para as mulheres, ele tem a seguinte dica: a partir de um corte de tecido chitão (de preferência bastante colorido e estampado), corta-se ao meio para fazer uma saia, na lateral põe fitas de cetim no cós, e ajusta-se à cintura; para a blusa, faz-se um triângulo com as sobras do tecido, amarra em cima e na lateral, e faz um cós para pôr as fitinhas nos ombros. “É uma fantasia tropical, aberta e despojada, bem ao gosto das festas de hoje”, ressalta.

Para os homens, a mesma simplicidade e eficiência. Di Carlos sugere que se tome uma calça (jeans ou tecido), corte as pernas dela, ponha fitas de cetim na cintura, e arranje, de preferência, um cinto igualmente colorido; por cima, uma camiseta regata, colar de flores estilo havaiano, e depois um chapéu de palha. E está pronto. “Este homem pode ir num clube, numa boate ou numa festa de rua na Redinha; pode dançar frevo, merengue ou coco de zambê. O bom é ser versátil e simples”, diz.

Apesar dos cortes exatos para os dias de hoje, Di Carlos é um folião como antigamente. “Sinto falta dos pierrôs e das colombinas, quando as festas eram mais glamurosas e bonitas, e a música era realmente de carnaval. Mas os tempos mudaram, e foi no Brasil todo”, analisa. Ele sabe do que está falando. Di Carlos trabalha como estilista desde os 13 anos de idade, quando começou no Alecrim; fez desenhos para diversas butiques da cidade, vestiu misses potiguares (Marta Jussara em 1979 e Larissa Costa em 2009), e venceu concursos de fantasia no Rio de Janeiro - inclusive, derrotando o poderoso Clóvis Bornay. Hoje, estabelecido novamente em Natal, ele ainda faz estilismo para noivas, debutantes, festas e afins. O serviço para o carnaval está grande. Espaço na agenda, agora, só depois que o Rei Momo passar.

Loja aposta nos adereços de carnaval há vários anos

As máscaras, confetes, serpentinas e a profusão de adereços coloridos nas vitrines das lojas de fantasia podem atiçar a imaginação do folião que ainda não sabe o que vestir. O Ponto dos Botões, no Alecrim há 17 anos, é referência no segmento. E toda vez que o carnaval se aproxima, suas prateleiras se enchem de opções. “Este ano temos mais acessórios, entre máscaras, perucas, chapéus, asas, capas, e tudo mais que sempre ajuda a criar um visual rápido”, diz a gerente Maria Luciene.

Aos adeptos dos detalhes que fazem a fantasia, há muitas máscaras de borracha (mais para Halloween); tiaras com flores, pedras, paetês, pelúcia, plumas de pavão, e laçarotes; óculos de armações coloridas em forma de estrela, gatinha, borboleta, quadrados e ovais; chapéus de caubói com glitter e pedras; cartolas com estampas de bichos; quepes de marinheiro; chapéus de pirata; toucas de bobo da corte e perucas de todas as cores e materiais; kits com asas estilo fadinha, com tiara e varinha; e asas de penas, para quem quiser bancar o anjinho. Tintas instantâneas para cabelo também mudam o visual.

O Ponto dos Botões também conta com seu acervo de fantasias já feitas. Para os adultos, tem empregadas domésticas, colegial, marinheiro (a), enfermeira, Branca de Neve, e Flintstones; para a criançada, Homem-Aranha, Cinderela, Ben 10, Peter Pan, fada e Minnie. Para quem deseja fazer sua própria fantasia, tecidos diversos como lamê, brocados, paetês, cetim, rendas e chitão. Para complementar, variedades de miçangas, vidrilhos, canutilhos, lantejoulas, brocais, glitter, laçarotes, e tintas. É só usar a imaginação.

Fantasias para alugar são a opção

Leveza e cor para entrar no baile. É o que deseja o folião que recorre às fantasias já prontas, como atesta Tatiana Rocha, proprietária da loja Arte Nobre. “As pessoas querem fantasias mais curtinhas, com pouco pano...tudo para ficar mais à vontade na festa”, diz. Não à toa, as mulheres procuram muito Mulher-Maravilha, a Mulher-Gato (nas versões com saia, corselet e vestido curto), melindrosas, havaianas, e dançarinas de cabaré em crepes esvoaçantes. Já os homens querem visual de marinheiro, indianos de colete e turbante, Turma do Chaves, Flintstones, piratas, gregos. As máscaras ao estilo carnaval veneziano podem complementar o look.

Segundo Tatiana, o ponto forte do carnaval potiguar é sempre as prévias. “Temos muitos pedidos para os bailes do interior, como Santa cruz, Caicó, Ceará-Mirim e Macau”, conta. Para encomendas de viagens – Recife, por exemplo – há taxas diferenciadas. E se for o caso, a loja também confecciona a fantasia. “Pode ser a solução mais prática em algumas ocasiões. Basta ter antecedência”, conclui.

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