terça-feira, 29 de março de 2011

RN tem déficit de 223 UTIs

A situação da saúde pública do Rio Grande do Norte, em especial o déficit de 223 leitos de unidades de terapia intensiva (UTI's) e a falta de pessoal médico especializado nessa área, foi tema de uma audiência pública realizada na manhã de ontem, na Assembleia Legislativa. Durante a reunião, foi divulgada a informação de que, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), seria necessária atualmente a contratação de cerca de 200 profissionais na área médica para suprir a carência do setor público.


Evento também expôs a carência de 200 profissionais para leitos já existentes Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
A audiência expôs, através das falas dos gestores de vários hospitais da rede pública, do secretário de saúde do Estado, Domício Arruda, e da promotora de justiça Iara Pinheiro, responsável pela promotoria da saúde do Ministério Público Estadual, todos os problemas na área de terapia intensiva da rede pública de saúde. O enfoque especial foi em Natal, que concentra a maioria dos leitos de UTI's do RN, todos geridos pela secretaria estadual.

O déficit de UTI's no estado, como explicou a médica Almerinda Queiroz, docorpo técnico da Sesap e assessora de Domício Arruda, é de aproximadamente de 223 leitos, incluindo unidades de terapia para adultos, pediátricas, cardiológicas e neonatal. A falta de pessoal qualificado para o trabalho de intensivista é o principal problema apontado por todos os gestores. O Rio Grande do Norte possui 442 leitos de UTI, mas a cidade de Mossoró, por exemplo, possui apenas três unidades neonatais e nenhuma pediátrica. Segundo Almerinda, o déficit aproximado de pessoal para o atual número de leitos é de quase 200 profissionais da área médica, entre técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos intensivistas.

Além da falta de pessoal, o lento cadastramento de leitos no Ministério da Saúde também é um fato que atrapalha o funcionamento das UTI's gerais no Estado. Somente no Hospital Santa Catarina, de acordo com a diretora Kátia Mulatinho, apenas na UTI para adultos existem quatro vagas a serem abertas e não o são devido à ausência de profissionais especializados. Enquanto isto, 25 pacientes estão na fila para ocuparem uma UTI no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.

Por não ter unidades de terapia intensiva próprias, a Prefeitura Municipal de Natal, apesar de possuir três maternidades, conta apenas com contratações na rede privada, o que não configuraria um déficit para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Já para a promotora Iara Pinheiro, o déficit Iara Pinheiro é real e deve ser combatido. "As contratações na rede privada são temporárias. Os pacientes não precisam de UTI's apenas por 180 dias, por exemplo. É inadmissível que uma maternidade, que a prefeitura gere, não possua uma UTI neonatal para suporte", explicou Iara, que classifica a gestão da saúde municipal como "caótica e absurda". Para ela, é um equívoco contar com leitos da rede estadual, que devem servir todos os potiguares, com sendo da rede municipal de saúde.

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