domingo, 2 de outubro de 2011

O Processo de Beatificação dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu

(Por Andriel Cleber Santos de Araújo; Antonia Medeiros de Morais; Maria das Graças Aguiar & Maria Idália Diniz Cavalcante – Alunos do período 99.2)

Os católicos brasileiros, desde muito tempo, sentem o desejo de possuírem os seus próprios santos. Apesar dos sincretismos históricos e do atual avanço dos evangélicos; o Brasil ainda é a maior nação católica do mundo. Esse desejo de possuir os seus próprios santos, não poderia estar de modo algum ausente no Nordeste do Brasil, devido a sua religiosidade católica–romana, herdada de Portugal. Sendo assim, no Nordeste não faltam possíveis santos, exemplo disso é o caso norte-rio-grandense, dos mártires dos engenhos de Cunhaú e Uruaçu, respectivamente localizados onde hoje ficam os municípios de Canguaretama e São Gonçalo do Amarante.

Os massacres que produziram os mártires, ocorreram em 16 de julho de 1645, no engenho de Cunhaú, e em 03 de outubro de 1645, em Uruaçu. Os assassinos eram índios (tapuias e potiguares) e holandeses chefiados pelo mercenário alemão Jacob Rabbi. Os massacres ocorreram devido a suspeita, por parte dos holandeses, de uma conspiração portuguesa contra o domínio holandês. Morreram cerca de 180 pessoas ao todo, mas apenas se sabem informações sobre 30 deles, motivo pelo qual são os únicos arrolados nos processos canônicos. Foram mortos por não abraçarem a fé reformada, pois seriam poupados se o fizessem.

Os 30 mártires foram aprovados como beatos em junho de 1998, pela Comissão das causas dos Santos, depois de analisarem o parecer dos Teólogos e do Promotor da fé, e o decreto foi proclamado pelo Papa II, em 21 de dezembro de 1998; depois de muito clamor do povo norte-rio-grandense e do trabalho da Arquidiocese de Natal, na pessoa destacável do Mons. Francisco de Assis Pereira, o Postulador da Causa dos Santos.

O processo dos mártires encontra-se agora rumo à canonização, que se concretizada, dará ao Brasil os seus "primeiros " santos mártires brasileiros. Para tal, precisa-se da comprovação de um milagre, já que as regras para a canonização, no caso da comprovação do martírio, ser menos exigente neste ponto.

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