De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra trote significa “zombaria que os veteranos das escolas sujeitam os calouros”. Será essa a expectativa de um estudante, que passou horas se dedicando aos estudos, para conquistar uma vaga numa instituição pública de ensino superior? Analisando essa questão, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aprovou uma resolução proibindo o trote entre os alunos, cujas ações possam trazer constrangimento, violência ou agressão física, moral ou psicológica dentro e fora da Universidade.
De acordo com a resolução, a instituição tem a obrigação de “assegurar a preservação da integridade física, moral e psicológica dos estudantes da UFRN, bem como a realização de atividades de recepção de novos ingressos”. Dessa forma, é função da Universidade difundir a “observância dos princípios da civilidade, do respeito e do decoro universitário dentro e fora de seus espaços físicos”.
Pensando em promover ações de integração entre os estudantes e estimular ações sociais, a UFRN incentiva o trote cidadão e irá realizar, na segunda-feira, 4 de fevereiro, uma festa para recepcionar os novos alunos, no Campus Central. A recepção dos calouros dos campi do interior será no dia 5, no Centro Regional de Ensino Superior do Seridó (CERES), em Currais Novos e Caicó. Já no dia 6, serão recepcionados os novos estudantes da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), em Santa Cruz.
A Pró-Reitora de Assuntos Estudantis (PROAE), Janeusa Trindade, explica que havia uma solicitação por parte de alguns alunos, pais e professores para que fosse tomada uma medida em relação ao trote. “Os alunos passavam por uma situação degradante, ficavam sujos, pedindo dinheiro nos sinais e colocavam suas vidas em risco. Então, ficou entendido que o melhor seria criar um documento para regulamentar essa situação”, explica.
Ainda de acordo com a pró-reitora, após a aprovação do documento, os casos diminuíram bastante. Foram registrados apenas dois eventos de desobediência que estão sendo investigados por um processo administrativo. “Nós encaminhamos as denúncias para os centros e foi aberta uma sindicância para apurar os fatos”, explicou.
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